domingo, 21 de dezembro de 2008

Sinestesia

Seu perfume, de repente,
Paro e transcendo a senti-lo
Volúpia que me penetra
Perfume sinestésico é o seu
Cheiro-o, toco-o, degusto-o.

Efêmero deleite do odor
Sentido que traz lembrança
Percebo, não és tu que o dissipa,
mas os outros corpos,
que levam consigo seu cheiro e
trazem-me você.

“Jeitinho brasileiro”: uma herança, um estigma


Eis aqui um país tropical, detentor de vastas terras, lugar de gente solidária e, por fim, herdeiro do “jeitinho”, que apesar de não ter sido criado por um brasileiro, se enraizou por aqui.
É, quem nunca ouviu falar de nossa herança cultural, o “jeitinho brasileiro”? Ou melhor, quais dentre os brasileiros não justificaram uma atitude não muito louvável utilizando como argumento que o “jeitinho” nos é inerente? Pois bem, não adianta desconversar, são raros os que nunca infringiram uma lei. Acha que eu estou sendo extremista? Então vamos recapitular alguns pontos.
O “Jeitinho brasileiro” é fundamentado em dois principais chavões que comumente escutamos por aí: “quem cumpre as leis só se dá mal”; “se ele(a) fez, eu também posso fazer”. E, na maioria das vezes, é usado para justificar o que seriam “pequenos deslizes”. Por exemplo: você já avançou o sinal no trânsito? Já jogou lixo em vias públicas? Já furou fila ou pediu que alguém guardasse o seu lugar? Já falsificou documentos dizendo ter sido com suas melhores intenções? Pois é, querido leitor, suas respostas são passíveis de crivo e afirmo, novamente, que são raros os que nunca cometeram algum desses delitos.
Mas nem tudo está perdido. O passado que incorporou o presente em forma de herança cultural ainda pode ser revertido. Como disse, nem todos os brasileiros são adeptos do “jeitinho”, logo há uma esperança. Imagine um Brasil menos corrupto, mais desenvolvido e detentor de uma legislação mais eficaz e rígida. Imaginou? Pois assim seria o nosso país sem o “jeitinho brasileiro”. Com maior presença e conhecimento das leis, as pessoas vão se sentir lesadas ao verem alguém burlando a legislação e, conseqüentemente, passarão a dar bons exemplos, extinguindo os chavões do “jeitinho”. Mudança relevante também ocorrerá nas escolas, que poderão injetar matérias sobre responsabilidade social e cidadania em suas grades.
E você, caro leitor, comece desde já sua campanha para a extinção do “jeitinho brasileiro”, seja no seu bairro, local de trabalho, colégio ou faculdade. Fiscalize e advirta os agentes dos “pequenos deslizes”. Conscientize as pessoas próximas a você de que cumprir as leis e fazer a nossa parte é a melhor maneira de sermos livres.


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Em minha dança sem fim
Dentre as folhas mortas;
A escuridão junto de mim,
Continua a sussurrar longas palavras.

Irei me fixar ao lado de minha escuridão.
Irei acabar com minhas fantasias.
Irei me aconchegar com minha solidão e
Tirarei de mim toda ipocrisia.

Serei as folhas secas do outono.
Serei a face mais bela da morte.
A tristeza será meu consolo,
E tirarei toda essa idéia de que serei forte.

Ao escutar as lamentações do anjo decaído,
Sei que isso será gravado em meu coração.
Vejo cada vez mais,meu sangue saindo,
E sinto como se não sentisse minha respiração.

Continuarei amaldiçoada até o fim de meus tempos.
Me sufocarei até acabar com toda essa verdade.
Tirarei das entranhas de meu ser essas lembranças e momentos.
Acabarei com toda essa sua suposta sinceridade.

Caía e sinta o que senti.
Se acabe e chore,porque a única coisa que desejará é a morte.